quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O ônibus


Não que a inspiração tenha chego, talvez estivesse sempre aqui. Falando em inspiração, #ficaadica de conferir o blog do Ale. O cara é fera com as palavras, vale a pena cada vírgula! http://alessandromanica.blogspot.com/

Hoje logo cedo, enquanto ia pra UCS, fui pensando, pensando... Que mundo compreende o simples fato de pegar um ônibus. Quantas vidas, quantos destinos, quantos sonhos passam por apenas uma roleta.
Porém, não vim falar de vida, nem de sonhos. Vim falar da aventura que é pegar um ônibus desconhecido, do medo que se sente lá no fundo de achar que está na linha errada, ou do que pode acontecer.
Hoje foi assim. Peguei um ônibus que nunca tinha pegado, só por curiosidade, confesso. O primeiro que dizia UNIVERSIDADE. Entrei. Duas pessoas estavam lá dentro. A cobradora passou fechando as janelas, só que estava bastante calor mesmo sendo cedo da manhã. Só pra garantir, pergunto: - Moça, esse ônibus da a volta na UCS?. E ela me responde que tenho que trocar de ônibus no terminal. Eu pedi desculpas, que era a minha primeira vez nessa linha, e que não sabia onde era o terminal. Ela ri e diz que é no Salgado Filho. Continuo na mesma e fim de assunto, ela foi pro lugar dela. Uma mulher que ouviu isso decidiu descer na próxima parada então. Fiquei um pouco receosa. Uma parada, desce uma pessoa. Outra, desce a segunda. Na próxima, desce a cobradora. Pronto, não tinha mais a quem recorrer, sobrou só o motorista láaaa na frente. E o ônibus vai seguindo por lugares ora conhecidos ora desconhecidos. De repente, vejo uma aglomeração de ônibus. Imediatamente pergunto aos berros ao motorista se é ali que troco de ônibus. Ele me indica em qual embarcar, e segue seu rumo para a garagem. Entro no ônibus indicado, e o motorista, a cobradora e mais uma pessoa conversam sobre coisas das mais diversas aos gritos e todo mundo ouvia. Nada interessante. O ônibus sai, e aí sim, depois que não reconheci mais o caminho, demorou pra me achar.
Entram pessoas, saem pessoas. Todo tempo, todo dia. Não tenho nada contra ônibus e seus freqüentadores, sou uma inclusive, mas, convenhamos, só gente feia anda de ônibus! É incrível! Não me lembro de ver alguma candidata a modelo nem um candidato a Mister Universo em um ônibus...
Segundo a viagem, o ônibus começa a descer por ruas muito estreitas, as casas aos poucos transformam-se em barracos, barraquinhos... até chegar em uma placa que estava escrito

AVISO
ESPAÇO SUJEITO A DESAPROPRIAÇÃO
O LOCAL INVADIDO [...]

Não consegui terminar de ler, mas pensei: onde eu fui atar meu burrinho? Ai, depois de descer tudo que dava, o ônibus começa a sair daquele buraco, mas não sem emoção: o asfalto cedia em várias partes do caminho. Meu senhor! – pensei eu.
A essa altura o ônibus já estava cheio, a cobradora ao invés de conversar ouvia musica nos seus fones e batucava, as crianças choravam, meninos tomavam coca-cola. Ainda tinha lugar pra todo mundo sentar. Prefiro assim.
Ainda não sabia onde estava, e me batia aquele sentimento de “medo”, louca de vontade de perguntar. De repente, um dejá-vu: eu já tinha visto aquele Residencial das Américas, com suas sacadas verdes e paredes de tijolo em algum lugar. Não descobri de onde, mas o lugar era deveras simpático...
Logo, e finalmente, chegamos a uma esquina, e me alegrei muito em ver a Borracharia do Baixinho! Já passara por lá em outras ocasiões, quando pegava o Azulzinho ao invés do Visate. Então, sabia onde ia parar! Ufa! Tinha embarcado no ônibus certo!
O céu azul e o sol brilhando deixa a UCS de Caxias mais exuberante ainda, contrastando com as árvores verdes e o lago do zoológico. Sensação de paz, de conforto, de frescor, já que as árvores garantem uma sombra fresca e uma brisa gostosa – bem diferente do ônibus. E daí bateu a saudade de estudar, de estar ali todo dia, do inverno quando tinha sol!

Amo muito tudo isso!